Da Porta Azul também conseguimos enxergar os minaretes de uma mesquita e o da madraça Bou Inana, uma famosa escola corânica.

Fez, sexta-feira, 4 de novembro de 2016 (8° dia de viagem).
O HOSTEL FALIDO
Nosso segundo dia no Marrocos começou cedo, mais precisamente por volta das cinco, cinco e meia da manhã, quando teve início a primeira oração islâmica. Na verdade, a gente tomou um baita susto quando começou a tocar o aviso na Mesquita ao lado. Mais do que depressa a gente foi para a janela ver o que estava acontecendo e presenciou uma multidão de muçulmanos se dirigindo para lateral da Mesquita e se ajoelhando em seus tapetes.

Mais tarde, em um horário mais razoável, vimos que começaram a chegar os primeiros turistas e constatamos que, a despeito do trauma da noite anterior, realmente estávamos em um dos melhores pontos da cidade: a famosa Porta Azul. Descemos para comer alguma coisa enquanto táxis vermelhos e ônibus carregados de turistas chegavam e os guias abordavam o que seriam os seus prováveis clientes.

Com toda aquela agitação a gente constatou que não tinha perigo transitar pela área e finalmente entramos na Medina. E a Velha Medina de Fez é praticamente um grande mercado a céu aberto. Encontramos de tudo, desde barracas com doces, até restaurantes completos, lanchonetes, lojas de artesanato e muita gente na rua abordando os turistas.

Tentamos nos orientar pelo mapa recém-comprado pelo Fabrício mas verificamos que de nada servia no labirinto que é Fes el-Bali (Fez, a Velha). Tentando nos comunicar basicamente em inglês ou espanhol, conseguimos finalmente achar o endereço do hostel que havíamos reservado pelo Booking e tivemos a grata surpresa de que ele havia falido e estava permanentemente fechado! Aparentemente o segundo dia seria tão intenso quanto o primeiro…
O HOTEL NATIONAL
Hotel National foi a primeira estadia que eu lembrei de tirar fotos pelo simples fato de que era um ambiente tão exótico que eu precisava registrar aquelas coisas. Nosso quarto tinha um tamanho razoável com duas camas de solteiro bem duras porém confortáveis e, aparentemente, estava mais limpo do que esperávamos. O que mais me traumatizou no Hotel National foi o banheiro que sempre tinha um aspecto horroroso a despeito de estar limpo. Como eu já tinha mencionado anteriormente os banheiros marroquinos são diferentes dos banheiros ocidentais. Em vez de uma latrina, existe uma espécie de louça no formato de dois pés com um buraco no meio. Mas para nossa sorte em um dos banheiros havia uma latrina tradicional. Eu simplesmente não conseguia me visualizar fazendo as necessidades fisiológicas do jeito que eles fazem, por mais que alguns especialistas digam que é a maneira correta de se fazer isso.


PONTOS POSITIVOS: a equipe era extremamente receptiva; o Wi-fi foi simplesmente o melhor o Wi-fi que encontramos em toda a viagem (sim, melhor do que os europeus!); eles tinham acesso a um terraço maravilhoso com vista para toda a Medina; o custo-benefício: pagamos por uma diária apenas 75 dirhans, o equivalente a 7,5 euros.
PONTOS NEGATIVOS: o banheiro, que não era um bom exemplo de limpeza; as instalações, que poderiam ser mais confortáveis.
LABIRINTO
Tentamos em vão achar sozinhos a praça principal da Medina. O lugar era um labirinto cheio de gente oferecendo um monte de serviços e produtos, hora em árabe, hora em francês, hora em inglês e às vezes em espanhol e português. Depois de rodar em círculos durante alguns bons minutos nós simplesmente desistimos. Tivemos que dar o braço a torcer e assumir que precisávamos de um guia…
ALMOÇO
Em um dos muitos restaurantes próximos à Porta Azul, escolhemos um que tinha um terraço que proporcionava uma boa visão para Medina. Almoçamos Tagine de carne com ovos, com direito uma entrada de sopa marroquina e um café preto depois. O Tagine é uma comida típica do Marrocos, que pode ser tanto de carne, quanto de frango, quanto vegetariano.


BAB BOUJLOUD / LA PORTE BLEUE (A PORTA AZUL)
Aproveitamos a proximidade para tirar algumas fotos da Porta Azul, uma das três mais famosas entradas monumentais para a Medina. O entorno da porta (que na verdade são três, sendo uma com um arco maior e duas com arcos menores), é cercado por restaurantes e pequenos mercados de artesanato. Quem precisa sacar dinheiro pode utilizar um caixa eletrônico próximo, assim como quem precisar da ajuda da polícia por algum motivo, pode procurar o escritório que fica bem ao lado da porta.

Construída no início do século XX (1913), a porta é ornada com delicados arabescos e é de fato azul apenas na fachada exterior à Medina, sendo decorada em verde na parte interior. Nas proximidades da entrada, os visitantes podem observar a antiga rede de fornecimento de água da cidade, construída ente os séculos XIII e XIV. Da Porta Azul também conseguimos enxergar os minaretes de uma mesquita e o da madraça Bou Inana, uma famosa escola corânica.



A Porta Azul é bem movimentada, com circulação massiva de vendedores, turistas e aspirantes a guias de turismo. Digo aspirantes porque muitos deles não parecem ser guias oficiais, apesar de mostrarem uma carteirinha de alguma entidade municipal. Foi nos arredores da Porta Azul que um senhor de mais ou menos uns sessenta anos de idade – surpreendentemente falando em português e espanhol – nos abordou e tentou nos vender um passeio por 25 euros cada um! Logicamente, a gente não aceitou e voltamos para o hostel para descansar um pouco.
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Em breve, mais relatos sobre Fez e Marrakech!
Obrigado pela leitura e boas viagens!