América do Sul, Chile, San Pedro de Atacama

ATACAMA: GEYSERS DEL TATIO

 

 

San Pedro de Atacama, sexta-feira, 27 de novembro de 2015 (4° dia).

 

 

GEYSERS DEL TATIO

 

Para visitar os Geysers de El Tatio (que significa “O velho que chora”), terceiro maior campo de gêiseres do mundo, é necessário uma certa disposição. O melhor horário para a observação do fenômeno é ao amanhecer, por isso, o tour começa às 4h30 da manhã (!) e termina um pouco depois do início da tarde.

Agravantes: devido à altitude (4.320 m acima do nível do mar) além de podermos sofrer com o conhecido soroche, o mal de altitude, a temperatura na chegada – por volta das 6h da manhã – costuma estar sempre abaixo de zero! Mas, no geral, é um passeio que compensa muito.

No trajeto tivemos a sorte de vermos um puma ao amanhecer! Segundo María, a guia, muitos locais passaram a vida ali sem nunca ter visto alguns animais, sendo o puma um dos mais raros. Durante o mesmo trajeto seríamos agraciados com a presença de muitos outros animais selvagens, tais como vicunhas, parentes das lhamas, alpacas e guanacos; vizcachas, um tipo andino de lebre; suri, espécie de avestruz; além de uma infinidade de aves.

 

CAMPO GEOTÉRMICO

 

Gêiseres são colunas de vapor que em algumas localidades emanam da terra. O fenômeno ocorre devido ao aquecimento de águas subterrâneas pela lava vulcânica. Nesse processo, a água fervente é expelida através de fissuras na terra, podendo alcançar até 10 metros de altura.

O campo geotérmico é formado por aproximadamente 40 gêiseres em uma extensão de 3 km quadrados.

Depois do amanhecer, após muitas fotos e explicações da guia, tomamos um bom café da manhã e, quem quis, pôde cair na piscina termal que fica no mesmo local.

 

PISCINA TERMAL

 

Como na maioria dos passeios turísticos, nesse aconteceu um entrosamento bem legal entre os participantes, independente da nacionalidade. Nosso grupo era formado por brasileiros, franceses, ingleses, argentinos…

Nesse tour, especificamente, conversei muito com um casal de senhores ingleses, Gill e Clive e um casal de amigos, Mary, brasileira também do Rio de Janeiro, e Mariano, argentino de Buenos Aires. Com esses dois últimos loucos, que por pouco não formam uma dupla sertaneja (Mary e Mariano), eu decidi encarar o frio e cair na piscina termal do Tatio.

 

Andarilho

 

CONTINUA >

O QUE ACONTECEU ANTES? >

América do Sul, Chile, San Pedro de Atacama

A Chegada | San Pedro de Atacama, 2015

DSC_0215
Estrada para San Pedro de Atacama

 

San Pedro de Atacama, quarta-feira, 25 de novembro de 2015 (2° dia).

 CALAMA


O aeroporto mais próximo de San Pedro é o Aeroporto El Loa, de Calama, a mais ou menos 103 km/1h de distância. Cheguei por volta de 17h30 e já na saída haviam várias empresas oferecendo transfers até San Pedro.

DSC_0197
Estacionamento do Aeroporto El Loa, Calama, Antogafasta

 

Me informei com uma funcionária da Sky Airline, empresa aérea que usei para ir de Santiago a Calama, e descobri que daria no mesmo se fosse de transfer ou pegasse um táxi até a rodoviária e de lá um ônibus: mais ou menos 20.000 pesos (ou R$100,00) ida e volta. E por falar em Sky Airline, uma dica…


DICA: Compre a passagem diretamente pelo site chileno da empresa, sai muito mais em conta que na Decolar, por exemplo (cerca de um terço do valor!).


Mas a mesma funcionária me disse que alguns motoristas chegavam a cobrar até 50.000 pesos pelo mesmo trajeto, um verdadeiro roubo! Fechei com a  Transvip, uma das muitas agências disponíveis, e peguei o transfer no estacionamento do aeroporto.

O  encanto pelo deserto já começa na estrada. Turbinas eólicas, a vegetação e a topografia do lugar formam paisagens únicas.

Ainda estava com um baita sono e em determinado momento apaguei ao som de algum sucesso internacional de rock (o motorista tinha uma preferência musical, digamos, bem definida). Ao acordar, dei de cara com o vulcão Licancabur. Era um indício de que estávamos próximos a San Pedro de Atacama.


SOZINHO NO HOSTAL ALABALTI


O motorista do transfer não conhecia meu albergue, o Hostal Alabalti. Claro, nem sequer havia letreiro ou placa na entrada. Somente o endereço com letras minúsculas (Paso Jama 748). Mau sinal… Cheguei por volta de 18h30 e fui recebido pela Jenny (não sei se é assim que se escreve), uma senhora peruana. No salão do albergue um garotinho assistia a desenhos – logicamente – em espanhol…

DSC_0259
O Hostal Alabalti: impossível de identificar…
DSC_0264
Pepa Pig influenciando gerações por toda a América Latina

 

Jenny me levou até meu quarto compartilhado, que para minha surpresa não tinha quatro camas, apenas duas. Eu achei o quarto bem bonitinho, apesar do cheiro de pintura recente.

“Quantos hóspedes tem no hostel?” pergunto a Jenny. “Apenas você”, ela respondeu. Confesso que o sentimento nessa hora foi dúbio. Alívio, por não ter que dividir banheiro, WiFi e o quarto com mais ninguém e desespero por não ter ninguém além da família dela para interagir.

Algum tempo depois, Jenny me explicaria que tem um albergue principal, o Kirckir, mais próximo do centro de San Pedro, em que os hóspedes preferiam ficar. A princípio fiquei tentado a me mudar também, mas a questão da exclusividade e da privacidade prevaleceram.

Mais tarde, Karyn – que deve ser filha ou irmã mais nova de Jenny – veio me apresentar os tours disponíveis e seus preços. Fiquei de definir um roteiro até o dia seguinte.

PONTOS POSITIVOS: Privacidade; clima familiar e informal; tranquilidade e silêncio por ser afastado do centro; WiFi gratuito; água quente; bom custo-benefício, equipe atenciosa; agendamento de passeios diretamente no hostel; aluguel de bicicletas; comércio próximo; limpeza.

PONTOS NEGATIVOS: WiFi ineficiente; sem café da manhã; um pouco afastado demais do centro; não oferece toalhas.

DSC_0340
Companheiro de cigarro

 


JANTANDO NA CARACOLES


Depois de caminhar mais ou menos uns quinze minutos, com uma lua cheia lindíssima como plano de fundo, chego a Calle Caracoles, principal rua de San Pedro. Com uma infinidade de opções de restaurantes, tento me orientar mais pelos preços que pelo cardápio.

No fim, acabei em um restaurante chamado Casa de Piedra onde comi um lomo a lo pobre (bife a cavalo, arroz e batatas fritas) acompanhado de um Sprite.

A Calle Caracoles é a “Presidente Vargas” de San Pedro. Nela encontramos tudo: agências de turismo, restaurantes, bares, caixas eletrônicos (sim!), armazéns, mercados populares etc. Só não vi muitas casas de câmbio, mas também não precisei de uma… E por ela eu tentaria me orientar nos próximos dias.

DSCF3226
Calle Caracoles à noite
DSCF3666
Calle Caracoles
DSCF3668
Calle Caracoles

DSCF3682

DSCF3684
Igreja de San Pedro

 

 

A seguir: Pukará de Quitor