O acadêmico e ativista Noam Chomsky descreve os sistemas que levaram à desigualdade financeira e à atual concentração de riqueza e poder.
Imagina se resolvêssemos substituir as comemorações de fim de ano – considerada por muitos uma data puramente comercial hoje em dia – pelo aniversário de Noam Chomsky, filósofo norte-americano (que, por acaso, completou 89 anos no último dia 7 de dezembro). Caso você não tenha conseguido visualizar nem a situação e nem a importância desse ativista social, basta assistir ao filme Capitão Fantástico. Foi justamente nesta cena (legendas em inglês) que liguei os pontos e percebi de quem eles estavam falando.
“Requiem for the American Dream”, dirigido por Peter Hutchison, Kelly Nyks e Jared P. Scott, que está disponível na Netflixe em alguns canais de diversas línguas no YouTube, tem Noam Chomsky como protagonista. O filme critica, denuncia, alerta. Não tem ilusões. Deve ser assistido por quem quer ampliar os horizontes e está incomodado com o momento que atravessa a vida não só dos brasileiros, mas por boa parcela das nações do planeta, influenciadas pela economia e a política norte-americanas.
(Eduardo Cabra / Rafael Rafa Arcaute / René Pérez)
Soy, soy lo que dejaron
Soy toda la sobra de lo que se robaron
Un pueblo escondido en la cima
Mi piel es de cuero, por eso aguanta cualquier clima
Soy una fábrica de humo
Mano de obra campesina para tu consumo
Baseado em uma história real, o longa traz nomes como Jake Gyllenhall, Sam Worthington e Robin Wright no elenco.
Titulo original: Everest
SINOPSE
No ano de 1996, dois grupos de alpinistas liderados por Rob (Jason Clarke) e Scott (Jake Gyllenhaal) se unem na tentativa de escalar o monte Evereste, mas uma grande nevasca coloca a vida de todos em risco. Com a esposa grávida (Keira Knightley), Rob é menos aventureiro que Scott, preocupando-se com a segurança dos membros de sua equipe. Ele lutará bastante para tentar proteger a todos.
San Pedro de Atacama, quinta-feira, 26 de novembro de 2015 (3° dia).
A essa altura, depois do esforço feito para atravessar as cavernas, o soroche já tinha vindo com força total. Com certa dificuldade eu tentava acompanhar Juan, os portugueses e Daneri – peruana que veio tentar a vida no aquecido mercado turístico de San Pedro de Atacama – na subida de uma duna gigantesca conhecida como Gran Duna ou Duna Mayor. Do alto, é possível apreciar a magnitude de um conjunto de rochas conhecido como Anfiteatro. Impossível não ficar boquiaberto com a paisagem deslumbrante.
Tres Marias é o nome dado a crestas afiadas que brotam do solo e que são compostas por granito, argila, quartzo e outras pedras. Depois de sermos apresentados às famosas “Três Marias” pelo Juan, Gonçalo, o português mais atentado, observou que no entorno, além das três havia mais uma dezena de “Marías”.
San Pedro de Atacama, sábado, 28 de novembro de
2015 (5°dia).
LAGUNAS ALTIPLANICAS (MISCANTI E MEÑIQUES)
Acordei
um pouco mais tarde, por volta das 8h. O transfer
do Juanito me pegou às 8h30 com Gonçalo, João e mais duas hóspedes do Kirckir a
bordo. Devido à variedade de fauna e flora, o caminho para as lagoas já é um
atrativo a parte. À medida que prosseguimos pela Ruta 23 em direção ao sul, a
paisagem desértica parece infinita.
Depois de,
aproximadamente, 1h de viagem chegamos à entrada das lagunas para um desjejum
simples, mas eficiente: pão típico da região com presunto e queijo, manteiga,
geléias, biscoitos, café, chás e barrinhas de cereais.
Apesar
das Lagunas Altiplanicas ficarem a quase 5.000 m de altitude, os efeitos do soroche estavam mínimos. Eu também
estava fazendo a minha parte: alimentação frequente, respiração digna de um
yogue e sem esforços físicos desnecessários. Gonçalo, que é médico, mede nosso
nível de oxigênio com um pequeno aparelho portátil. O meu estava em 79% contra
95% do nosso guia, único local do grupo.
Tanto a
imensa Laguna Miscanti quanto a menor, Meñiques, que herdaram seus nomes dos
respectivos vulcões que as originaram, tem cores dignas de cartão postal. O
azul do céu misturado com os tons de verde e amarelo da vegetação combinam perfeitamente com o branco dos topos nevados
e agrada mesmo os mais exigentes dos visitantes.
Nas
margens encontramos uma fauna exuberante e protegida. Vicunhas passeiam em
grupo alimentando-se da vegetação rasteira, lagartos rastejam entre as rochas e
ainda uma infinidade de aves fazem das lagoas um viveiro interessante e
harmônico. Permanecemos por não sei quanto tempo tirando fotos e depois nos
mandamos para a estrada novamente.
San Pedro de Atacama, quinta-feira, 26 de novembro de 2015 (3° dia).
FECHANDO OS PASSEIOS COM ABEL
Ao acordar, conheci Abel, marido de Karyn e pai do tímido Moisés, o garotinho dos desenhos. Foi com ele que fechei meu roteiro em San Pedro de Atacama. Começaria com um tour gratuito de bike à Pukará de Quitor e às 16h conheceria o famoso Valle de la Luna.
San Pedro de Atacama, quarta-feira, 25 de novembro de 2015 (2° dia).
CALAMA
O aeroporto mais próximo de San Pedro é o Aeroporto El Loa, de Calama, a mais ou menos 103 km/1h de distância. Cheguei por volta de 17h30 e já na saída haviam várias empresas oferecendo transfers até San Pedro.
Estacionamento do Aeroporto El Loa, Calama, Antogafasta
Me informei com uma funcionária da Sky Airline, empresa aérea que usei para ir de Santiago a Calama, e descobri que daria no mesmo se fosse de transfer ou pegasse um táxi até a rodoviária e de lá um ônibus: mais ou menos 20.000 pesos (ou R$100,00) ida e volta. E por falar em Sky Airline, uma dica…
DICA: Compre a passagem diretamente pelo site chileno da empresa, sai muito mais em conta que na Decolar, por exemplo (cerca de um terço do valor!).
Mas a mesma funcionária me disse que alguns motoristas chegavam a cobrar até 50.000 pesos pelo mesmo trajeto, um verdadeiro roubo! Fechei com a Transvip, uma das muitas agências disponíveis, e peguei o transfer no estacionamento do aeroporto.
O encanto pelo deserto já começa na estrada. Turbinas eólicas, a vegetação e a topografia do lugar formam paisagens únicas.
Ainda estava com um baita sono e em determinado momento apaguei ao som de algum sucesso internacional de rock (o motorista tinha uma preferência musical, digamos, bem definida). Ao acordar, dei de cara com o vulcão Licancabur. Era um indício de que estávamos próximos a San Pedro de Atacama.
SOZINHO NO HOSTAL ALABALTI
O motorista do transfer não conhecia meu albergue, o Hostal Alabalti. Claro, nem sequer havia letreiro ou placa na entrada. Somente o endereço com letras minúsculas (Paso Jama 748). Mau sinal… Cheguei por volta de 18h30 e fui recebido pela Jenny (não sei se é assim que se escreve), uma senhora peruana. No salão do albergue um garotinho assistia a desenhos – logicamente – em espanhol…
O Hostal Alabalti: impossível de identificar…Pepa Pig influenciando gerações por toda a América Latina
Jenny me levou até meu quarto compartilhado, que para minha surpresa não tinha quatro camas, apenas duas. Eu achei o quarto bem bonitinho, apesar do cheiro de pintura recente.
“Quantos hóspedes tem no hostel?” pergunto a Jenny. “Apenas você”, ela respondeu. Confesso que o sentimento nessa hora foi dúbio. Alívio, por não ter que dividir banheiro, WiFi e o quarto com mais ninguém e desespero por não ter ninguém além da família dela para interagir.
Algum tempo depois, Jenny me explicaria que tem um albergue principal, o Kirckir, mais próximo do centro de San Pedro, em que os hóspedes preferiam ficar. A princípio fiquei tentado a me mudar também, mas a questão da exclusividade e da privacidade prevaleceram.
Mais tarde, Karyn – que deve ser filha ou irmã mais nova de Jenny – veio me apresentar os tours disponíveis e seus preços. Fiquei de definir um roteiro até o dia seguinte.
PONTOS POSITIVOS: Privacidade; clima familiar e informal; tranquilidade e silêncio por ser afastado do centro; WiFi gratuito; água quente; bom custo-benefício, equipe atenciosa; agendamento de passeios diretamente no hostel; aluguel de bicicletas; comércio próximo; limpeza.
PONTOS NEGATIVOS: WiFi ineficiente; sem café da manhã; um pouco afastado demais do centro; não oferece toalhas.
Companheiro de cigarro
JANTANDO NA CARACOLES
Depois de caminhar mais ou menos uns quinze minutos, com uma lua cheia lindíssima como plano de fundo, chego a Calle Caracoles, principal rua de San Pedro. Com uma infinidade de opções de restaurantes, tento me orientar mais pelos preços que pelo cardápio.
No fim, acabei em um restaurante chamado Casa de Piedra onde comi um lomo a lo pobre (bife a cavalo, arroz e batatas fritas) acompanhado de um Sprite.
A Calle Caracoles é a “Presidente Vargas” de San Pedro. Nela encontramos tudo: agências de turismo, restaurantes, bares, caixas eletrônicos (sim!), armazéns, mercados populares etc. Só não vi muitas casas de câmbio, mas também não precisei de uma… E por ela eu tentaria me orientar nos próximos dias.
Calle Caracoles à noiteCalle CaracolesCalle Caracoles