Huaco
Eu sou o coranquenque cego
que observa pela lente de uma chaga,
e que atado está ao Globo,
como a um huaco estupendo que girava.
Eu sou a lhama, a quem tão só alcança
a ignorância hostil de tosquiar
ornatos de clarim
ornatos de clarim brilhantes de asco
e bronzeadas de um velho yaraví.
Sou carne de condor já desplumado
por latino arcabuz;
e à flor de humanidade pairo os Andes,
como um perene Lázaro de luz.
Eu sou a graça incaica que se rói
em áureos coricanchas batizados
de fosfato de errância e de cicuta.
Às vezes em minhas pedras se encabritam
os nervos gastos de um extinto puma.
Um fermento de Sol;
levedura de sombra e coração!
– César Vallejo, poeta peruano.
2013
CAPÍTULO 1 – CUSCO
1.1 PLAZA DE ARMAS E ARREDORES
Qorikancha
Tambomachay
Pukapukara
Qénqo
Sacsayhuamán
Pisac
Ollantaytambo
Chinchero