Ushuaia, #Argentina
Categoria: Argentina
Buenos Aires, #Argentina
Bom dia, viajantes, mochileiros e afins! Depois de alguns dias de férias, continuamos com a nossa trip pelos lugares mais incríveis do mundo!
Lago Roca, Ushuaia, #Argentina
Argentina 2014 | Impressões
AS PESSOAS
Ao contrário do que podem pensar alguns compatriotas, os argentinos são extremamente simpáticos e receptivos. Excluindo a velha rixa do futebol (claro!), a maior parte dos residentes é atenciosa com o turista e muito receptiva à cultura brasileira.

CÂMBIO
Câmbio em Buenos Aires é sinônimo de Calle Florida. No período em que ficamos na cidade (agosto de 2014), tanto o câmbio para dólar quanto o para reais estava extremamente favorável (12/1 e 5/1 respectivamente). O custo de vida em Buenos Aires é bem mais baixo que no Rio de Janeiro.
Já em Ushuaia tivemos um pouco de dificuldade em achar agências de câmbio, mas a demanda é devida e ilegalmente suprida pelas agências de turismo. No “Fim do Mundo” a proporção era de 4 pesos argentinos para cada real (chegando a 3 nos câmbios oficiais).

CLIMA
Mesmo estando no meio do inverno, pegamos alguns dias de verão em Buenos Aires, a maioria deles na verdade. De qualquer maneira à noite sempre dá uma esfriada e é bom ir precavido para noites mais frias que no Rio de Janeiro, por exemplo. Nada insuportável.
Na verdade, mesmo em Ushuaia o frio não foi conforme o esperado. Ainda que a paisagem fosse gelo puro, durante o dia a temperatura ficava na média de uns 8°, 7°. O maior frio que passei foi, provavelmente, subindo o Glaciar Martial, mas era de se esperar. De qualquer maneira, SEMPRE tenha roupas para frio extremo em Ushuaia, pois nunca se sabe.

TRANSPORTE
Tanto Buenos Aires quanto Ushuaia são excelentes cidades para se caminhar. Táxis são baratos e, no caso do metrô de Buenos Aires, é mais eficiente que no Rio e cruza a cidade inteira. Não chegamos a pegar ônibus na hora do rush, mas aparentemente, o transporte rodoviário é mais eficiente que em muitas cidades do Brasil. Os passeios de Ushuaia são feitos basicamente de carro, por conta das agências. Acredito que a maioria ofereça a comodidade de buscar e levar de volta os clientes para o local da estadia.

GASTRONOMIA
Argentina para mim é sinônimo de comida boa e barata. Em todos os locais que estivemos eles são exagerados com a quantidade e não deixam nada a desejar na qualidade. Nossa dieta básica era uma refeição “decente” por dia, podendo ser no almoço ou no jantar, e muita comida rápida e prática, como massas, empanadas, medialunas, choripanes e sanduíches de uma forma geral.
Tanto o doce de leite uruguaio quanto o argentino são maravilhosos, mas nada que os nossos mineiros não saibam fazer muito bem também. Em Ushuaia não deixe de experimentar o tradicional cordeiro fueguino e beber uma das muitas cervejas artesanais disponíveis.

VIDA NOTURNA
Obviamente, em cidades grandes como Buenos Aires a oferta de entretenimento é bem maior que em vilarejos como Ushuaia. Na capital argentina não tivemos um dia sequer de monotonia (às vezes nem precisávamos sair do hostel!). Muitas opções de bares, restaurantes e boates, fazem de Buenos Aires um destino muito procurado por quem gosta de aproveitar a vida noturna.
Já em Ushuaia, não deixe de conhecer o Dublin, o pub mais agitado da cidade e os muitos restaurantes que servem comidas típicas, como o já mencionado cordeiro fueguino e as centollas (caranguejos) gigantes.

ATRAÇÕES TURÍSTICAS
A Argentina, aparentemente, é um país muito cultural. Buenos Aires é repleta de cinemas, teatros, museus, parques e a maior parte deles pode ser acessada a pé. Ushuaia possui um centro bem pequeno, sendo desnecessário utilizar qualquer tipo de transporte para chegar aos muitos museus. Mas a vida ao ar livre é o grande diferencial do “Fim do Mundo”: caminhadas, patinação no gelo e atividades invernais são o forte de Ushuaia nos meses mais frios.

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Abraços e boas trips!
Travessia no 4×4 | Ushuaia, Argentina
Ushuaia, sexta-feira, 29 de agosto de 2014 (19° dia).
LAGOS ESCONDIDO E FAGNANO
Nosso último passeio de aventura em Ushuaia prometia grandes emoções: visita ao Lago Fagnano a bordo de um jipe 4×4. Walter, o guia da vez (“Hola, Walter!”), pegou-nos no hostel pela manhã e depois de uma breve visita ao Valle de Lobos, estávamos na estrada em direção ao imenso Lago Fagnano.
USHUAIA: CANAL DE BEAGLE
Ushuaia,
quinta-feira, 28 de agosto de 2014 (18° dia).
CANAL DE BEAGLE
O Auli, depois de conseguir trocar a entrada para o
Cerro Castor, nos acompanhou, muito a contragosto, ao passeio pelo Canal de Beagle.
Antes de embarcar, porém, aproveitamos a viagem para – finalmente – tirar fotos
na Placa do Fim do Mundo, no porto de Ushuaia. Confesso que, se teve um dia em
que a falta de neve me incomodou, foi este. Eu tinha uma imagem idealizada de
neve na tal da placa… Frustrações de viajante…
Compramos nosso ticket
no próprio porto para o próximo barco que partisse. Os catamarãs são imensos e
geralmente saem lotados de turistas ansiosos por conhecer o tão falado Farol
Les Éclairs, tirar fotos das focas, lobos marinhos e pinguins e, de quebra, dar
um breve passeio por uma das muitas ilhas do canal.
O vento e o frio foram as desculpas para o Auli (já
disse que se pronuncia “Aulí”?) ficar trancafiado o tempo inteiro dentro do
barco. Eu e Ingrid nos agasalhamos e metemos as caras no vento frio mesmo. A
maioria das agências de turismo de Ushuaia chama o Faro Les Éclairs de “Farol
do Fim do Mundo”, mas o farol que serviu de inspiração para Julio Verne foi
outro, o Faro San Juan de Salvamento, a nordeste da Isla de los Estados, também
na Terra do Fogo. De qualquer maneira, vale e muito a visita. Mesmo em dias
cinzentos, como estava o nosso, rende belíssimas fotos.
Antes do farol, paramos em uma das ilhas habitadas
por lobos marinhos e pinguins. E os bichinhos fedem, hein! A despeito do cheiro
horroroso, a experiência foi válida. Mas o mais interessante, em minha opinião,
foi descer em uma das ilhas para uma caminhada leve. Nessa hora até o Auli saiu
da toca e veio tirar umas fotos. Não me recordo o nome da ilha no momento, mas
a atmosfera da mesma me fez relembrar instantaneamente de um clipe que a banda
Bon Iver fez para a música Holocene. O clipe foi gravado em algum lugar da Islândia e,
até hoje, Ushuaia foi a paisagem mais próxima daquilo em que estive.
Inconscientemente, desde então, Bon Iver virou a trilha sonora do Canal de
Beagle para mim.

NEVE E FOGO
Tivemos que nos apressar após o passeio pelo Canal
de Beagle, pois naquela noite teríamos uma das experiências mais loucas da
viagem: fazer um trekking com
raquetes de neve até uma cabana no meio de um bosque e andar em trenós puxados
por cachorros. O tour noturno Nieve y Fuego
foi, de longe, um dos passeios mais espetaculares de Ushuaia.
Chegamos no cair da noite ao Centro Invernal Tierra Mayor. Os guias já preparavam os cães, as motos de neve e
as raquetes para os aventureiros. Nesse passeio você pode escolher entre três
ou quatro opções de transporte: caminhadas com raquetes de neve (que usamos na
ida), motos ou jipes de neve (que não achamos a menor graça…) e trenós
puxados por huskies siberianos (o que usamos na volta). O Auli não tinha feito
reserva para este tour, então fomos
apenas eu e Ingrid.
Começamos com a caminhada com raquetes de neve e,
mais ou menos, após uns trinta minutos na quase completa escuridão, chegamos a
um abrigo no meio do nada. A cabana é utilizada para reunir os vários grupos de
turistas para beber uma espécie de “quentão” e degustar uma sopa rústica
preparada pelo “Mestre de Cerimônias” do lugar. O ponto alto foi fazer tudo
isso ao som do violão de um argentino figuraça que alternava histórias de
terror com piadas e músicas engraçadas. Bem divertido! E a volta, claro, foi
com os huskies!
Os
cachorros iam desembestados pela escuridão
enquanto o guia dava comandos incompreensíveis. De vez em quando um deles
precisava dar vazão às necessidades fisiológicas e éramos obrigados a parar por
alguns instantes. Antes que o pessoal simpatizante da sociedade protetora dos
animais comece a discursar: os cachorros aparentemente são muito bem tratados e
parece que “trabalhar” nos trenós é mais divertido para eles do que para a
gente. Não vi maus-tratos em nenhum momento sequer.
ALMACÉN RAMOS GENERALES
O coitado do Auli tinha ficado sozinho na parte da
noite, então resolvemos dar uma volta pela cidade para ver se encontrávamos
algum outro lugar legal para beber uma cerveja além do Dublin. Passeando pela
orla avistamos um restaurante/bar rusticamente simpático e resolvemos entrar.
O Almacén Ramos Generales é um daqueles lugares quentinhos e aconchegantes
que caem perfeitamente em noites frias (que devem ser a maioria em Ushuaia).
Até os móveis de madeira empoeirados contribuíam para dar um ar charmoso ao
lugar. Aproveitamos para jantar – a sopa do “Neve e Fogo” só serviu como
entrada – e beber mais algumas maravilhosas cervejas artesanais.
Andarilho
USHUAIA: GLACIAR MARTIAL
Ushuaia,
quarta-feira, 27 de agosto de 2014 (17° dia).
GLACIAR MARTIAL
Fazer trekking
no Glaciar Martial não
estava nos meus planos, a princípio. Mas acabei contagiado pela animação da
Ingrid quando fomos fechar os passeios e foi um dos pontos altos da nossa
“cereja do bolo” (Ushuaia). O Auli preferiu conhecer o Cerro Castor nesse dia.
Subir o Glaciar Martial pedia a companhia de um guia
e nos indicaram o Ignácio da Ushuaia Aventura.
Como todos os tours do “Fim do Mundo”, fomos pegos no albergue pontualmente e
em alguns minutos estávamos de volta à entrada do glaciar, que fica a 7 km do
centro da cidade.
Ignácio, sempre muito simpático, nos ajudou a calçar
os – extremamente necessários – grampões, que ele mesmo levou e começamos um
dos passeios mais frios que fiz até hoje.
DICA: caso você não possua roupas e calçados específicos
para baixas temperaturas, não deixe de alugar tudo o que for necessário em uma
das muitas lojas que prestam esse serviço.
O Glaciar Martial é uma montanha de,
aproximadamente, 1.000 metros de altitude. Nada comparado aos mais de 3.000 de
Cusco, então não precisávamos nos preocupar com o soroche, mas em compensação o vento era extremamente agressivo! Na
verdade a trilha que fizemos chegou a, no máximo, 825 metros de altitude.
Parece pouco, mas a combinação frio e vento (que fazia o grande favor de nos
desequilibrar nas “dunas” de gelo), era o suficiente para uma jornada de
dificuldade média de, mais ou menos, duas horas e meia de subida.
O nome do glaciar foi uma homenagem ao capitão Louis
Ferdinand Martial, comandante do navio La
Romanche e da expedição científica francesa de 1882, que estudava o trânsito
do planeta Vênus. Como quase tudo em Ushuaia, a paisagem do glaciar para mim
podia ser comparada a uma locação de filme. Nunca havia estado em um cenário
como aquele. Enquanto o Ignácio nos passava algumas informações sobre a fauna e
flora local, tirávamos muitas fotos da paisagem congelada.
DUBLIN PUB
Chegamos ao hostel
e descobrimos que o Auli havia tido um “leve” acidente no Cerro Castor (Risos),
havia torcido o pulso em uma queda. O pior da história é que ele tinha
reservado entrada para o dia seguinte também! Muito comédia…
Esta noite resolvemos finalmente conhecer o Dublin Pub, provavelmente o bar
mais famoso de Ushuaia e o que tinha mais turistas por metro quadrado. Acho que
tentando seguir a tradição irlandesa, o bar de fato era um pub respeitável: barulhento, cosmopolita e com uma enorme diversificação
de cervejas.
No Dublin reencontramos o amigo que trabalhava na
agência, o Hugo, acompanhado do Félix, do Refugio de Montaña. Resolvemos
experimentar a cerveja que nos disseram ser a mais tradicional da cidade, a
artesanal Beagle em suas três versões: preta, morena e loira! Cervejas
artesanais, de uma forma geral, são mais fortes do que as tradicionais, então
bastaram duas ou três canecas para ficarmos bem animados… (Risos)
Andarilho
USHUAIA: O TREM DO FIM DO MUNDO
Ushuaia,
terça-feira, 26 de agosto de 2014 (16° dia).
Acordamos cedo e tomamos o nosso primeiro café da
manhã no hostel (bem honesto, por
sinal), com direito a medialunas,
doce de leite e otras cositas.
Fehamos os tours com a agência
Brasileiros em Ushuaia e com alguns parceiros deles. Nesse dia iríamos
conhecer, entre outras coisas, o Parque Nacional Terra do Fogo. Mas para isso
iríamos pegar uma carona no Trem do Fim do Mundo:
“O Trem do Fim do Mundo convida você a reviver os últimos 7 km do que foi o
trem dos presos, que partia da prisão de Ushuaia para a encosta do Monte Susana
para obter diferentes materiais de construção. A bordo do trem você vai ouvir a
história e desfrutar de magníficas paisagens compostas pelo sinuoso Rio Pipo,
pela cachoeira Macarena, cemitério de árvores e pelo majestoso bosque,
percorrendo uma parte inacessível do Parque Nacional Terra do Fogo, a bordo de
um trem de ferro da época com suas locomotivas a vapor, elegantes vagões com
janelas amplas e vivendo o emocionante encanto de um passado histórico.”
A viagem é bem tranquila, acompanhada pela voz da Glória
Maria (era ela?!) passando as informações em português no alto falante do trem
desde a saída na Estação do Fim do Mundo até a chegada na Estação Terra do
Fogo. Estava muito frio!
O itinerário do fim do mundo era feito pelos presos da prisão de Ushuaia
até o Parque Nacional para trabalhar. Devido a localização (Ushuaia é conhecida
como a cidade mais austral do mundo) foi construído em 1902 um presídio com o
intuito de receber presos de toda a Argentina que funcionou até a segunda
metade do século XX.
Andarilho
USHUAIA: A CASA DE CHÁ
Ushuaia,
terça-feira, 26 de agosto de 2014 (16° dia).
AULA DE ESQUI
Depois do tour
pelo Parque Nacional Terra do Fogo, fomos levados até a entrada do Glaciar
Martial onde funciona uma Casa de Chá e o Refugio de Montaña
Ushuaia em que nos aventuramos
em aulas de esqui e snowboard. Minha habilidade
era mínima, confesso, e depois de uns quarenta minutos eu já estava jogando a
toalha. Mas não sem antes fazer um “strike”
homérico no Auli com os esquis! (Risos). Ali conhecemos a Milonga, cadela do
Félix (que também trabalhava no refúgio) que aparentemente tornou-se a
“mascote-segurança” do lugar.
La Cabaña Casa de Té é uma casa de madeira bem bonitinha que fica em
frente ao Refugio de Montaña Ushuaia. Como ganhamos um ticket de café ou chocolate quente gratuito na excursão, fomos
gastar nosso “crédito” enquanto nos protegíamos um pouco do frio fueguino. Ainda bem que não pagamos,
pois as coisas lá dentro tem o preço um pouco acima da média de outros lugares
em Ushuaia. É preço para turista. Mas a vista e a atmosfera do local valem uma
visita breve.
PATINANDO NA LAGUNA DEL
DIABLO
Terminamos o dia na Laguna del Diablo, uma
lagoa congelada que prometia umas boas risadas (eu ia tentar patinar no gelo depois
de anos). Até que minha habilidade mostrou-se melhor aqui do que nos esquis…
Porém, depois de um tempo os pés já não estavam aguentando – eu deveria ter
pegado uns patins de número maior – e parei para fumar um cigarro enquanto os
dois, principalmente a Ingrid, se divertiam como crianças.
Nessa parte final do passeio, o pessoal da agência
levou alguns vinhos para degustação e, para variar, eu tomei um banho de leve. E
lá se foi o primeiro dia na neve!
Andarilho