
Évora, sábado, 12 de novembro de 2016 (17° dia).
“PEGA A A5 LISBOA!”
Acordamos cedo para ir até o aeroporto alugar o carro que nos levaria à cidade de Évora, a cerca de 1h de Lisboa. Já de mala e cuia, chegamos por volta das 7h30 da manhã na casa da Henriqueta, acordando não só ela, como a Bruna, sua amiga que mora em Londres e estava em Lisboa no fim de semana. Com Early in the Morning, do James Vincent McMorrow, na minha cabeça, pegamos a estrada em direção ao sul (ou seria ao oeste?).
ALMOÇO NO “GRUTA”
Chegamos de tardinha à Évora. Aproveitamos as indicações on-line e fomos conhecer o restaurante A Gruta. Simples, bacana e com um preço justo, o restaurante nos proporcionou o único feijão com arroz em quase vinte dias de viagem. Então, conforme esperado, caiu muito bem! Mas outras especialidades da casa são o bacalhau – que devido ao horário não encontramos nem o cheiro – (Eu confesso que não fazia questão…) e o frango assado.
CAPELA DOS OSSOS
Ao sairmos do restaurante, fomos conhecer a famosa Capela dos Ossos, construída por monges franciscanos inteiramente com ossos humanos. Foi uma experiência bizarra por um lado, mas bem válida por outro. Era como se fosse a porta de entrada para o palácio de Hades/Plutão, a morte como símbolo da nossa condição efêmera.
Confesso que fiquei um pouco chocado com a visão de dois corpos em decomposição envidraçados para o “deleite” da audiência, mas me chocou ainda mais descobrir que há pouco tempo atrás eles ficavam pendurados no teto da capela… Tem que ter um pouco de estômago e não muitos problemas filosóficos com a morte.
“Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”, encontramos gravado no portal de entrada da capela. Construída na primeira metade do século XVII, fazendo parte da Igreja de São Francisco, é uma atração turística um pouco heterodoxa, mas vale os € 3,00 cobrados na entrada. O lugar conta também com exposições e exibições de obras de arte religiosa, mas nada consegue superar o impacto de entrar na “antessala de Hades”.
“OLHA A FACA!”
Ficou uma sensação estranha depois da Capela dos Ossos. Mas nada foi tão bizarro quanto escutar (a uma boa distância, diga-se de passagem) a Henriqueta e o Fabricio serem xingados pela velhinha vendedora de facas (Hahahaha). Eu demorei um tempo para entender o que estava acontecendo, mas aparentemente a velhinha tinha ficado p** da vida porque os dois não compraram nada, mesmo após a descoberta de uma paixão em comum (e incomum!) por facas (Ahn?!).
O TEMPLO ROMANO DE ÉVORA
Cartão postal da cidade e, provavelmente, tão conhecido quanto a Capela dos Ossos, o Templo Romano de Évora é um dos mais grandiosos e bem conservados templos romanos de toda a Península Ibérica, tendo sido por isso considerado pela Unesco, em 1986, um Patrimônio da Humanidade.
Chamado erroneamente de Templo de Diana e tendo sido construído no início do século I d.C. em estilo coríntio, este é um dos monumentos históricos mais importantes da cidade. Situado no largo Conde de Vila Flor, no centro histórico, fica perto de vários pontos de interesse como o Museu de Évora, a Biblioteca Pública, a Sé Catedral e o Jardim de Diana que proporciona uma vista espetacular da cidade e da planície alentejana ao redor.
DICA: Se você tem a intenção de beber ou comer algo perto do Templo de Évora, chegue cedo! Os lugares não costumam ficar abertos até tarde nos arredores.
CATEDRAL/SÉ DE ÉVORA (BASÍLICA SÉ DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO)
Perto do Templo de Évora, fica a maior catedral medieval de Portugal. Conhecida por Catedral de Évora ou Sé de Évora, o seu verdadeiro nome é Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção. Construída inteiramente em granito e marcada pela transição do estilo românico para o estilo gótico, a catedral teve sua construção iniciada em 1186 e concluída apenas em 1250.
Devido ao horário, não chegamos a conhece-la por dentro, mas futuramente é um programa interessante de ser feito, levando-se em conta que ela possui um Museu de Arte Sacra, além da possibilidade de subir ao terraço para ter uma vista completa da cidade.
CROMELEQUE DOS ALMENDRES
Depois de um dia um tanto excêntrico de visitação, não poderíamos encerrar de forma mais adequada do que visitando um sítio megalítico na Freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, perto de Évora.
Assim como ao visitar alguns sítios arqueológicos no Peru, como Sacsayhuaman, Ollantaytambo e Tambomachay, visitar o Cromeleque de Almendres foi como participar de um dos episódios de “Alienígenas do Passado”, do History Channel.
Alegadamente mais antigo do que o famoso Stonehenge, na Inglaterra, o conjunto arquitetônico do Cromeleque é formado por pedras em granito de tamanhos diversos (alguns gigantescos), dispostos em forma circular ou em elipse.
Herança pagã do período neolítico, presume-se que o Cromeleque, que é constituído por dois recintos distintos, tenha sido edificado entre o final do sexto e o terceiro milênio a.C., sendo um dos maiores e mais importantes monumentos megalíticos do mundo.
Eu, como um grande apreciador desse tipo de programa, me sentia completamente à vontade em meio à natureza e aqueles resquícios de antiguidade. Em determinado momento, perto do pôr do sol e com a lua já apontando no horizonte, um casal de noruegueses, suecos ou algo do gênero, chegou para nos fazer companhia com seus dois filhos pequenos. Como já estava escurecendo, eles desceram da van praticamente correndo com as crianças e nesse momento alguém fez uma piada infame: “Estão atrasados para o horário do sacrifício pagão de uma das crianças”. A visita a Évora tinha nos deixado com o humor um pouco mórbido…
FIM DE NOITE NO BAIRRO ALTO
Apesar do frio e da chuva que tinha resolvido cair àquela noite, mantivemos o combinado com o meu amigo Leo, brasileiro e morador de Lisboa há mais de uma década, e fomos conhecer a famosa noite do Bairro Alto.
Essencialmente residencial durante o dia, o Bairro Alto, que fica na sétima colina de Lisboa (conhecida como a “Cidade das Sete Colinas”), ao entardecer revela seu lado boêmio.
Repleto de bares e restaurantes, o Bairro Alto é um prato cheio para os apreciadores de uma boa vida noturna. Como a maioria das ruas tem acesso restrito a veículos autorizados e residentes, pode-se aproveitar o bairro inteiro a pé tranquilamente.
Conforme combinado, encontramos com o Leo (que eu não via há anos) em um dos muitos bares e depois de um circuito de drinks fomos conhecer um dos famosos miradouros de Lisboa, o Miradouro de São Pedro de Alcântara.
De lá, o nosso guia Leo, nos levou para conhecer o charmosíssimo bar Pavilhão Chinês no bairro Príncipe Real, vizinho ao Bairro Alto. Tomamos apenas um café porque as coisas custavam os olhos da cara, mas o ambiente é tão descolado que vale certamente uma visita em épocas mais “abastadas”. Terminamos a noite em algum bar no próprio Príncipe Real, mas honestamente não me recordo o nome, afinal chegamos a perder a conta dos drinks na noite lisboeta…
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