Morro de São Paulo, Cairu, terça-feira, 2 de fevereiro de 2016.
BELEZAS NATURAIS E HISTÓRICAS
Alguns dias antes do Carnaval eu resolvi conhecer o tão falado paraíso de Morro de São Paulo, na Bahia. Depois de pegar um barco no porto de Salvador e conhecer um casal bem gente boa no trajeto, eu finalmente atraquei em Morro de São Paulo após uma hora e meia de viagem.
Assim como na capital baiana, aquele 2 de fevereiro também não estava com um tempo muito bom em Morro de São Paulo. Mas ainda assim a curiosidade falou mais alto e eu fui conhecer as praias mais próximas.
Sem energia elétrica até meados dos anos 80, Morro tem uma rica história que remonta ao período colonial do Brasil. Sua descoberta data do ano de 1531 e é atribuída ao navegador português Martim Afonso de Souza. Situado na Ilha de Tinharé, município de Cairu (região conhecida como Costa do Dendê), Morro não sobrevive apenas de belezas naturais mas de uma rica herança histórica: durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas torpedearam e naufragaram navios em frente à primeira praia de Morro de São Paulo. Antes da colonização portuguesa o arquipélago era habitado pelos índios Aimorés e Guerés.
Em meados do século XXVII uma fortaleza começou a ser construída para defender a então capital do Brasil, Salvador, de ataques de holandeses, franceses e do roubo de mercadorias por piratas. A importância geográfica da ilha durante o período colonial justifica a riqueza de monumentos históricos hoje protegidos pelo Patrimônio Histórico Nacional.
A pequena e turística Morro de São Paulo possui quatro praias principais sendo a primeira delas a mais próxima dos monumentos e também a mais próxima do cais da vila. Geralmente por essa razão é escolhida pela maior parte dos viajantes que desejam se hospedar na ilha, ainda que todas as praias contem com estrutura para receber turistas de vários perfis diferentes.
TURISMO INTERNACIONAL
Morro de São Paulo não recebe apenas brasileiros. Os turistas estrangeiros representam uma boa parcela e seus visitantes. Perto da primeira praia, o hostel Macondo fica numa pequena inclinação próxima a uma das ruas principais. É ideal para o turista que não busca grandes luxos, mas um custo-benefício compatível com o orçamento, uma vez que é pequena ilha após a especulação imobiliária sofrida a partir dos anos 70 não costuma ser um lugar barato para o turismo de uma forma geral.

PONTOS POSITIVOS: A equipe que trabalha no hostel é extremamente simpática e competente; o café da manhã simples e rústico é capaz de saciar a fome dos mais famintos mochileiros; o clima é bem cosmopolita a começar pela gerência, formada basicamente por argentinos, e complementada com a presença de turistas de várias partes do mundo.
PONTOS NEGATIVOS: a localização não é das melhores; as instalações também podem ser melhoradas (meu chuveiro dava choques de vez em quando!)



AMIGOS GRINGOS
Em Morro de São Paulo eu tive o prazer de conviver por alguns dias com alguns viajantes estrangeiros. Além do casal que eu já havia conhecido no barco formado por uma brasileira e um alemão, no hostel eu tive contato com muitos argentinos, brasileiros, ingleses, alemães e franceses.

Bob é o nome de um alemão que foi meu companheiro de quarto durante dois dias. Mochilando pela América do Sul após participar de um congresso sobre Yoga, o vegetariano e boa praça Bob estava tentando comprar passagens para passar o carnaval no Rio de Janeiro e eu tentei ajudá-lo de algumas formas.
Foi com Bob que eu conheci a gostosa Praia da Gamboa . E ele também estava presente quando eu afoguei o meu décimo quinto celular da vida devido à alta repentina da maré. Muito gente boa e comunicativo, foi uma pena não termos registrado nossos almoços em alguma foto.

Myriam e Julien eram um casal de franceses que eu conheci no mesmo hostel. Ela tinha acabado de chegar do Rio de Janeiro e estava em uma viagem pela América do Sul depois de pedir licença no trabalho por 8 meses. Ele voltaria para França em algumas semanas e foi ótimo ter amigos franceses nas refeições solitárias de Morro de São Paulo.

UM BALNEÁRIO SOB MEDIDA
Com suas águas calmas e quentes, Morro de São Paulo consegue atrair todos os tipos de viajantes desde os solitários, como eu, até grandes excursões, viagens em família ou românticos passeios a dois.


Morro é um daqueles lugares que você não tem mais vontade de ir embora, ainda que seja possível conhecer suas atrações em uns dois dias (eu fiquei quatro). Seja por sua (superfaturada) tirolesa, suas águas quentes ou pelas suas praias de pedra que seguem o ritmo lento das marés, seja pela comida simples, porém saborosa, ou pela receptividade do povo, Morro é um destino que precisa ser visitado ao menos uma vez na vida (mas de preferência uma vez ao ano!).

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Obrigado pela leitura e boas viagens!
Rodrigo Siqueira
Contato: superandarilho@outlook.com