América do Sul, Cusco, Original Content, Peru

O Vale Sagrado | Cusco, Peru

 

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Ruínas de Pisac

 


Cusco, domingo, 23 de junho de 2013 (3° dia).

A ESPERA


Acordamos cedo conforme o planejado, tomamos um café breve e nos dirigimos para a agência de turismo. Lá fomos levados para uma das muitas praças de Cusco, a Plaza Regocijo, para aguardar a saída do micro-ônibus que nos levaria ao Vale Sagrado. Esperamos, pelo menos, 40 minutos até a agência se organizar com todos os turistas e motoristas etc. O guia da vez (infelizmente) não era o Juan Carlos e sinceramente, nem me recordo do nome do guia, mas sei que ele não era lá muito simpático… Ou simplesmente tínhamos nos acostumado com os gritos de “Grupo de Juan Carlos!”.

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AS ESTRADAS PERUANAS


As paisagens nas estradas peruanas são lindíssimas, tanto que até nos fazem esquecer do quanto são perigosas, com suas curvas, desfiladeiros e precipícios. Durante todo o caminho pudemos observar a Cordilheira dos Andes com seus picos nevados. Pegamos a estrada em direção a Pisac e alguns minutos depois, paramos em um vilarejo com uma espécie de lojinha popular de artesanato, onde fomos recebidos por lhamas e simpáticos vendedores peruanos. Degustamos um chá de coca (com uma folha só, para economizar) e tiramos algumas fotos da paisagem campestre. Ficamos mais ou menos meia hora e nesse ponto conhecemos um casal de alemães que, para variar, não me recordo os nomes. Casal este com quem conversaríamos com mais desenvoltura em Ollantaytambo, algumas horas depois.

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PISAC


Graças a Deus não havia nenhum sinal de chuva pelo caminho, apenas algumas nuvens esparsas. No caminho para Pisac, avistamos os primeiros “tuk-tuks” peruanos (motos que carregam um ou dois passageiros extras) e paisagens com ruínas essencialmente agrícolas, com campos de cultivo em multiníveis. O vai e vem das estradas acentuou ainda mais o soroche. Comemos um milho (gigante!) na entrada do sítio e seguimos em direção a “Westeros”, já que segundo o Fabricio a paisagem era digna de um episódio de Game of Thrones. Pisac é realmente incrível, mas para variar, não conseguimos conhecer nem a metade. O lugar é imenso! Mas estava cheio como o centro de uma cidade grande. Para quem tiver tempo sobrando, vale passar metade de um dia em Pisac, certamente. Até porque existe um mercado popular muito interessante nos arredores desse sítio. Tão interessante que nos perdemos no meio do povo, sempre pechinchando os preços, e atrasamos “um pouquinho” a viagem do grupo… O povo peruano é encantador, simpático, receptivo, solícito, sempre disposto a agradar o turista, mas… pechinche SEMPRE! Os preços são feitos para outra realidade e, se bobear, o viajante desavisado acaba pagando o dobro do preço em algo que para eles é comum. Em Pisac, nesse esquema, comprei mais uma boa parte das lembranças que levei para o Brasil na volta.

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BREVE PARADA PARA O ALMOÇO


No caminho para Ollantaytambo paramos em um restaurante de beira de estrada para almoçar. Descobrimos nesse restaurante o porquê de nosso pacote para o Vale Sagrado ter saído tão em conta: tínhamos que bancar o nosso almoço, que não estava incluído… Dica: informe-se sobre isso ao fechar um pacote turístico! O restaurante self-service era bem apresentável, mas quem fosse fresco para comida (como eu), não se interessaria pela maioria das coisas disponibilizadas no cardápio. Muito peixe, frutos do mar e várias outros pratos que simplesmente não conseguia definir. Fiquei no tradicional macarrão com carne.

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OLLANTAYTAMBO


Ollantaytambo (ou simplesmente Ollanta) é um vilarejo que fica no caminho para Machu Picchu Pueblo (Aguas Calientes). Foi, de longe, um dos lugares mais incríveis da viagem. Não só pelo tamanho colossal do sítio arqueológico, mas por toda a geografia ao redor e a incrível arquitetura dos incas. A cidade possui canais construídos artificialmente para direcionar água (potável, creio eu), que passam em frente às casas dos moradores. Escadas eternas, armazéns no alto da montanha para estocar alimentos, centenas de viajantes disputando um espaço para ouvir as histórias dos guias, tudo muito peculiar. Umas das atrações mais interessantes nessas ruínas é o Templo do Sol, objetivo final da maioria dos turistas que a visitam (outra construção que intriga quando paramos para tentar imaginar como ela foi construída). Assim como em Qorikancha, em Ollanta podemos observar a perfeição dos nichos construídos para abrigar imagens sacras e o que restou de pedras polidas por ferramentas desconhecidas. Além dos “tuk-tuks” já mencionados, em todo o vilarejo notamos a presença de touros gêmeos em cima das casas. Não lembro bem qual era a função deles, mas provavelmente era para a proteção espiritual da propriedade e, normalmente, eram acompanhados de uma cruz. A parte mais engraçada e inesperada da viagem aconteceu em Ollanta: na saída da cidade pegamos um trânsito absurdo e no meio do engarrafamento um bêbado começou a provocar o motorista da nossa van, com gritos, xingamentos e cuspidas no vidro. Este, para a surpresa de todos, partiu pra cima do bêbado aos chutes e pontapés! Impagável!

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CHINCHERO


No caminho para Chinchero, a superlua já havia dado o ar da graça. Esse pequeno vilarejo é conhecido pelo artesanato e criações de cuy (porquinhos da índia criados para alimentação!). Uma pena termos chegado apenas à noite, mas ainda assim conseguimos tirar boas fotos do artesanato e registrar um vídeo de aniversário para o amigo Johnny, que não conseguiu as tão desejadas férias para nos acompanhar nessa viagem. Em Chinchero os artesãos dão detalhes da fabricação e tingimento dos tecidos, tudo bem interessante, mas com os preços bem mais elevados que em outros mercados populares. Ao irmos embora, um grupo de peruanas com suas roupas típicas cantaram uma música tradicional na porta do nosso ônibus. Inesquecível!

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A SUPERLUA ILUMINANDO O “UMBIGO DO MUNDO”


Depois das altas emoções do dia, fomos deixados novamente nos arredores da Plaza de Armas e aproveitamos para tirar algumas fotos noturnas, o que ainda não tínhamos feito. Tentamos registrar a superlua na praça, mas as fotos não ficaram lá essas coisas. Fomos comer alguma coisa e acabamos dividindo a mesa com duas americanas bem simpáticas. Elas estavam fazendo intercâmbio e estudando espanhol em Cusco e foi uma ótima oportunidade para desenferrujar um pouco o meu inglês.

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MAIS UM CIGARRO ETERNO…


O cansaço não permitiu que sequer pensássemos na possibilidade de irmos para a balada aquela noite, até porque o dia seguinte seria reservado ao tão esperado Inti Raymi e ainda queríamos conhecer Maras e Moray. No alto da Calle Pumapurco (subimos de táxi dessa vez!), em frente ao Chincana, fumei o derradeiro e eterno cigarro escutando a balada no morro em frente (que seria “a boa” da noite se não fosse tão sacrificante a simples ideia de subir outra ladeira naquele frio), bebemos mais um chá de coca no salão principal do hotel (o industrializado, em saquinhos, que não é tão bom) e finalmente nos rendemos a Morfeu.

 

A seguir: O Inti Raymi | Cusco, Peru

 

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